UM POEMA DE SÔNIA BARROS
Sônia Barros, poetisa paulista nascida em 1968, tem vários títulos infanto-juvenis publicados, inclusive de poemas nessa categoria. Sua estreia em poesia, para um púibico mais ampliado, se deu em 2007 com Mezzo voo, pela Nankin Editorial, de São Paulo. O poema "Sonho de mezzo poeta" é o último do livro, e explicita o desempenho de quem já escrevia anteriormente, e, dado positivo, não satisfeita com o dito e o escrito, persegue um mais "alto voo". Dona de uma escrita delicada, de canto e tessitura que primam pelo sensível e o inteligível, pela voz e mãos em busca da dicção de "perfeita urdidura". Contudo, para alívio de seus leitores anuncia que, além do "pouco" que sugere ter conseguido, continuará a tecer em palavras e a cantar em soprano os seus voos metapoéticos possíveis. Inaugurou há pouco um blog de literatura, cujo endereço é: (http://www.escritorasoniabarros.blogspot.com). Confira-se o poema:
Quando canto
teço um manto,
quase o mesmo manto
feito por minhas mãos
quando escrevo:
balé de finas cordas
à (vã) procura
da perfeita urdidura.
Quando canto
sinto o tênue limite,
a linha fina que limita e denomina esta meia-voz:
mezzo soprano.
Quando escrevo almejo o alto voo
da voz que exercito,
insisto,
incito a rsepirar, tecer, bailar, cantar sempre
através da alta máscara.
Quero o mais fino manto
por minhas mãos urdido,
como se fora um canto
de soprano.
(quando acordo,
o que consigo não passa de roupa rota
de mendigo)
Caro Luiz,
ResponderExcluirfico muito feliz por merecer um espaço em seu blog! Obrigada, de coração.
Parabéns pelo seu precioso trabalho.
Um abraço!